11/04/2022
O ambiente corporativo de hoje exige que os atuais empresários ou futuros empreendedores rompam os modelos considerados consagrados, sempre inovando para tornar-se mais competitivo. Essa é a descrição do varejo disruptivo, que com o auxílio da tecnologia, busca a manutenção no mercado e a alavancagem das vendas.
Muitos são os exemplos de disrupções que vimos no varejo da era digitalizada. Lojas autônomas, atendimento multicanal, pagamento por aproximação. Para o futuro, muito se fala sobre um varejo interligado às práticas de blockchain, metaverso e criptomoedas – tendências que foram apontadas como as principais do segmento pela NRF 2022 Retail’s Big Show, principal evento do setor.
Entretanto, apesar dessa ligação íntima com a tecnologia, o adjetivo da moda – disruptivo – precisa ser pensado também do ponto de vista de cultura e de engajamento em relação aos processos de inovação.
Isso porque, apesar de a agenda dos executivos estar repleta de discussões sobre transformação, mudança e revolução, temos duas verdades praticamente absolutas: as necessidades básicas dos clientes não mudaram (apesar das novas formas de fazermos coisas) e, em praticamente todas as categorias, os produtos são commodities, facilmente substituíveis por concorrentes.
Ou seja, para inovar, ir além e se tornar, de fato, disruptivo, a resposta está em agregar valor à sua oferta para o shopper. E, é claro que isso envolve tecnologia, mas antes é preciso estar desperto para o fato de que muitas vezes é necessário criar um novo mercado para si e estabelecer uma forma diferente de alcançar os consumidores. Daí a ligação com a cultura e com o engajamento com a inovação. E também a origem de como o Open Banking e o Pix devem transformar o varejo do futuro.
O Pix é um meio de pagamento instantâneo, que pode ser usado para fazer pagamentos e transferências, a qualquer hora do dia. Para fazer a operação, que é concluída em segundos e pode ser feita de uma conta-corrente, conta-poupança ou conta de pagamento, é necessário cadastrar uma chave (número de telefone, e-mail ou CPF) para concluir a transação.
As recentes mudanças implementadas já dão um gostinho de como essa variação de pagamento pode representar benefícios para o varejo. O Pix Saque e o Pix Troco, modalidades que entraram em vigor em novembro, já significam uma nova fonte de renda para os varejos que aderiram ao modelo e também representam uma comodidade a mais para os consumidores. Apesar de não ser o ápice da disrupção, essa pode ser a abertura de caminho para que varejistas – principalmente os de pequeno e médio porte – despertem para o potencial que o negócio tem: a diversificação de receita por meio de soluções e produtos financeiros.
E isso conversa, diretamente, com o futuro do Open Banking (ou Sistema Financeiro Aberto) – um sistema de compartilhamento de dados financeiros de forma padronizada. Em uma única plataforma integrada e segura (API), as diferentes instituições financeiras têm acesso aos dados de clientes para oferecer produtos e serviços personalizados e mais vantajosos para cada caso.
Apesar de parecer algo distante do varejo, a verdade é que no futuro será cada vez mais difícil diferenciar varejista e banco. E já é possível ver exemplos dessa realidade no presente com o início da fase 3 do Open Banking no Brasil, cuja principal novidade que iniciou em novembro é a integração com o Pix.
Na prática, os consumidores poderão fazer transações, como pagamentos e transferências, utilizando o Pix no âmbito do Open Banking, sem depender do internet banking do seu banco. Isso significa que empresas varejistas podem tornar-se iniciadores de pagamentos (ITPs) próprios, oferecendo ao cliente uma nova opção de pagamento.
Com isso, no futuro, o varejo tem o potencial de tornar possível que o cliente faça uma compra em um pequeno estabelecimento comercial como uma padaria, um posto de combustível ou até um salão de cabeleireiros, e, na hora do pagamento, não apenas faça seu check out sem a necessidade de um app de instituição financeira, mas também tenha a opção de contratar novos produtos e serviços que se relacionam com a sua compra.
A negociação teria suporte da integração dos softwares de gestão com as várias instituições e bancos digitais, simplificando o processo. E representa uma grande disrupção para o varejo, que abre um novo canal de contato com esse cliente e também uma nova frente de coleta de dados, que combinados com a quantidade infindável de outras fontes significa inúmeras possibilidades de criar ofertas adequadas e customizadas para cada um e de rentabilizar o consumo.
Para que toda essa revolução seja possível, é preciso que todo varejista tenha acesso ao compartilhamento de dados realizado por meio de uma interface de programação de aplicativo (API) para gestão e processamento de pagamentos. Assim, os médios, pequenos e nanos comércios ganham competitividade no mercado e podem aumentar a lucratividade.
No entanto, existe uma etapa a ser atingida para a concretização desse modelo: a integração das software houses. Dentro do modelo adotado pelo Banco Central para o Brasil, essa etapa precisa obrigatoriamente passar pelas instituições financeiras – uma vez que essas são as responsáveis por tramitar e trocar dados com toda segurança e compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Ou seja, para o projeto ir a campo é preciso que esse movimento de interação entre esses dois agentes do ecossistema se intensifique no intuito de integrar produtos e serviços nesse cenário de open banking e open finance.
Por trás, as batalhas ainda são várias, mas já é preciso que toda a cadeia de tecnologia se prepare para atender e criar as opções do futuro, que serão a grande chave de diferenciação em meio à tanta competição.
Fonte: Consumidor Moderno
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